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Apresentação do livro “Chuva de Jasmim”, de Shahd Wadi

Apresentação do livro “Chuva de Jasmim”, de Shahd Wadi
Conversa com a autora e Joelle Ghazarian.

“Este será o primeiro livro palestiniano da poesia portuguesa. Ou vice-versa? Shahd Wadi fez de Portugal a sua morada — até que ir para casa seja possível. Enquanto a Palestina estiver ocupada, o mundo é a Palestina.” Diz a jornalista Alexandra Lucas Coelho sobre o livro.Este livro consiste numa recolha de reflexões realizadas entre dois regressos do autor a Portugal, o primeiro antes de iniciar a carreira universitária, o último logo depois de mudanças determinantes nela.

A migração é o entre-lugar certo para entender Luís de Camões e os seus intérpretes mais voluntariosos e influentes (Manuel de Faria e Sousa, António José Saraiva e Jorge de Sena foram, como ele, emigrantes).

A vida noutras paisagens e culturas permite adquirir o distanciamento necessário para, sem deixar de ver a árvore, vislumbrar a floresta.

Camões como autor não é o que tem parecido ser.

Não é tão independente, ousado ou desinteressado como se tem dito, nem é o cantor do povo que direita e esquerda nele quiseram ver.

Queixa-se insistentemente de que a poesia, a cultura e as artes são desdenhadas em Portugal, mas aquilo que incomoda Camões pessoalmente é a falta do «favor com que mais se acende o engenho», isto é, a falta de subvenção mecenática - e não, como erradamente se tem visto, a «apagada e vil tristeza» da pátria.

Queixa-se, como é fama, de ser vítima de infortúnios e miséria; foi, porém, tratado pela Coroa de modo invulgarmente favorável.

Grande poeta épico e lírico, capaz duma fluência e energia inigualáveis, Camões levanta, ao mesmo tempo, problemas terríveis.

5ªf, 05 junho 2025, 18h